quarta-feira, maio 16, 2012

O regresso a casa

Bom, a triste realidade é que a mulher me despachou, dizendo que está enjoada de mim, não admira, quem a vida toda quer gelado de chocolate com uma bola, com uma diversidade de sabores à escolha! Mas isso não interessa nada.
Fiz-me à estrada de manhã cedo com meio copo de leite, encher o depósito com desconto, onde (e já que exigem que as motas paguem antecipadamente) fiz questão de deixar a chave e o tampão com a funcionária, que ficou algo envergonhada com a minha pretensão que guardasse aquilo. Em pouco tempo estava no IC2 virado a Sul, que aparentemente é o local onde ainda posso chamar casa.
Trouxe comigo a máquina fotográfica analógica, razão pela qual não há desta vez fotografias, eventualmente quando as revelar e se ficarem boas, serão digitalizadas e aqui colocadas.
Constatei que vivemos num país muito estranho, antigamente tínhamos uma estrada boa chamada IC3, agora, "dinamitaram" uma parte dessa estrada, deixou de existir, e o restante passaram a A13 e paga-se para lá andar. Isto faz sentido?
Parei em Almourol para fotografar, junto ao marco 666, para fotografar e fazer uma cache, junto a uma estátua de uma menina (nem sei bem onde).
Devo dizer que apesar de cansativo, é mais fácil fazer os 506 Km de mota que de carro, e fui pelas curvas todas da E.N.2.
Recomendo a funcionária do Pingo-doce da Chamusca, porque apesar de ter errado na carreira (exceptuando a altura podia ter sido modelo)  é uma simpatia e ofereceu-me o queijo que comprei!
A parte aborrecida na viagem é o planeamento onde colocar combustível, e no meu caso estava com algum receio de me meter pela serra, já no final da viagem e ficar com o depósito seco a meio.
Ainda vi um camião de frente quase a entalar-me, foi apenas um momento radical em cima da ponte de Coruche, e descobri também que há curvas da E.N. 2 que se fazem a 90 a fundo, todo deitado no charuto. Há zonas do pneu que travaram hoje conhecimento com o asfalto pela primeira vez!
Apesar de estar um dia de calor intenso, ao chegar à serra transformou-se em frio, tanto que o compal fresh de maracujá que tinha e estava já intragável no Torrão (Alentejo) já estava fresco para o final da viagem.
E agora que cheguei a casa vou tomar um banho e descansar, porque acho que mereço, no meio deste mundo que só me apetece dizer:
"Cruel is the night
That covers up your fears.
Tender is the one
That wipes away your tears.
There must be a bitter breeze
To make you sting so viciously
They say the greatest coward
Can hurt the most ferociously.
But I'll show you something good.
Oh I'll show you something good.
If you open your heart
You can make a start
When your crumbling world falls apart."

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