À falta de actividade, juntou-se o facto de a "bichinha" estar parada já há demasiado tempo, então assim foi, voltinha curta, até ao Alfusqueiro, mas com história.
Esta imagem representa o açude onde existe mais água, e permite o pessoal ir a banhos, numa espécie de gigantesca piscina de rio. Com o calor que ainda faz neste mês de Setembro, um banho aqui é uma pequena maravilha, sendo que durante a semana como era o caso, o local esteja vazio, já acabaram as férias a muita gente, excepção feita aos desempregados...
Esta imagem representa o açude onde existe mais água, e permite o pessoal ir a banhos, numa espécie de gigantesca piscina de rio. Com o calor que ainda faz neste mês de Setembro, um banho aqui é uma pequena maravilha, sendo que durante a semana como era o caso, o local esteja vazio, já acabaram as férias a muita gente, excepção feita aos desempregados...
Na fotografia à direita consta a "bichinha" em primeiro plano, e a ponte do Diabo ao fundo, história que não resisto em contar aqui! Então reza assim:
"O diabo da ponte do Alfusqueiro Em tempos que já lá vão, por aqui viveu um homem muito rico e que tinha terras em ambas as margens do rio Alfusqueiro junto ao Caramulo. Sendo, também, muito sovina, nunca se tinha dado ao trabalho de mandar construir uma ponte. E, assim, sempre que queria ir a até às suas propriedades do outro lado do rio, via-se obrigado a procurar um vau. Numa certa noite de violenta borrasca bateu-lhe à porta um visitante negro vestido, pedindo-lhe guarida. O rico senhor deixou-o entrar, ofereceu-lhe jantar e cama como o visitante acedesse, conversaram em quanto comiam. Até que o nosso homem resolveu contar o seu problema àquele desconhecido. Este logo se prontificou a resolver a situação: mandaria chamar as suas legiões de empregados, e em pouco tempo, até à noite de Natal, a ponte estaria terminada. A obra não custaria um tostão ao seu hospedeiro, mas em troca este teria de assinar um contrato com sangue da sua veia do coração, no qual se comprometia, quando morresse, a deixar a sua alma ao visitante.
E claro que o homem logo compreendeu que o visitante de negro,outra não era senão o diabo.
No entanto, e por ser muito avarento, achou melhor manter o trato. Assim, a ponte foi ficando cada dia mais completa. Mas o homem em vez de ficar contente, cada vez se sentia mais angustiado. Quando os lacaios do diabo acabassem a malfadada construção estaria irremediavelmente perdido!
Um dia, caminhando ao longo do rio Alfusqueiro embrenhado em terríveis pensamentos apareceu-lhe uma velha que ele não conhecia dali. Acabou por lhe contar o motivo das suas preocupações e a velha lembrou-lhe que deveria cumprir a sua palavra, uma vez que o diabo não tinha falhado.
Como o homem ficasse ainda mais aflito acrescentou, então, que lhe parecia não ser forçoso que o diabo conseguisse terminar a sua obra. E, segredou-lhe um estratagema ao ouvido. Na noite combinada, Noite de Natal, um pouco antes da meia-noite, dirigiu-se o homem à capoeira: e pé ante pé, silenciosamente, evitando provocar qualquer ruído. Retirou um ovo e foi até à beira do rio, ao sítio onde estava a ponte. Pegou nele e arremessou-o de tal modo que ele caiu antes do diabo ter colocado a pedra de fecho. De dentro do ovo saiu um belo galo que logo ficou a cantar. O diabo, pensando não ter terminado a obra aprazadamente, fugiu e nunca mais foi visto por aquelas bandas.
E, foi assim, graças àquela velha, que o rico senhor percebeu que, por ser avarento, por pouco tinha vendido a alma ao diabo."
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